O Caso Braskem x Bancos: A equação não fecha
E a Braskem continua a sua marcha batida de escárnio, vilipêndio e animosidade contra as quase três mil centenas de alagoanos residentes em nossa capital (isso mesmo, 300 mil pessoas): as cerca de 140 mil que foram vitimadas pelo megadesastre que ela provocou e as outras cerca de 150 mil pessoas que trabalham, residem e vivem atemorizadas no perímetro de um complexo químico de grande porte da empresa situado no coração da cidade, em plena área urbana!!!
Neste espaço ao longo dos últimos 5 anos, temos buscado oferecer ao leitor um panorama isento da triste sina de nossa cidade sitiada pela Braskem sem que nenhum órgão ou autoridade resolva dar um basta a essa situação. Muito ao contrário. Os que decidem por aqui, infelizmente, têm lado. E não é o dos afetados. Os poucos, raros, que se manifestaram em sua defesa ou foram inexplicavelmente calados ou atropelados pelo rolo compressor nada republicano da empresa.
Pois bem, nos últimos dias do ano de 2024, a imprensa nacional veiculou o interesse dos bancos credores da Braskem (que detém em garantia as ações da Novonor, a sócia majoritária da empresa) em assumir o controle acionário da empresa. O acordo envolveria os 5 bancos, a Novonor (que ficaria com 4% das ações da Braskem), um acordo com a Petrobrás, a segunda maior acionista da empresa, podendo entrar no jogo alguma empresa gigante do setor.
Parece até um filme rebobinado. Novamente a empresa está deixando os credores alagoanos de fora das negociações (como em todas as outras anteriores). Até quando eles descobrem que os dados fornecidos pela empresa são, cavilosamente maquiados, escondendo que, nada menos que 61% dos credores da Braskem em Alagoas, até hoje sequer foram procurados para uma negociação!
O nó aperta mesmo, é quando os interessados descobrem que têm que explicar isso a seus conselhos de administração: adquirir uma empresa com um passivo em aberto que quase alcança a casa das duas dezenas de bilhões de reais. Não se tem notícia de nenhum executivo que ponha sua cabeça à prêmio por uma negociação de alto risco como essa.
No caso dos bancos há outro agravante: as ações da Braskem dadas em garantia pela Novonor para obter um empréstimo de 15 bilhões de reais (valor não atualizado monetariamente) valem hoje pouco mais de 3,83 bilhões de reais...
Em resumo: Alguém aí explica como essa equação fecha?
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA